Nossa coluna "Rio de histórias" de hoje irá passear na Costa Verde do Estado, mas precisamente ao município de Mangaratiba. Boa leitura a todos.
Proveniente da junção de duas palavras de origem indígena, “mangara” – ponta da banana e “tiba” – local onde existe abundância, a exploração do território do município verificou-se por volta de 1534, época em que foram doadas as capitanias hereditárias.
A razão primordial que impediu o rápido progresso de sua colonização foi a presença dos índios Tamoios, que não davam tréguas aos desbravadores, saqueando-lhes as moradias e as lavouras. Só a partir de 1619 fez o governador do Rio de Janeiro, Martim de Sá, vir de Porto Seguro índios Tupiniquins já catequizados para, com os jesuítas e seu filho Salvador Corrêa de Sá e Benevides, implantar aldeamentos na região, primeiro na Ilha de Marambaia e, depois, na praia da Ingaíba no continente.
Somente em 1700, no entanto, os índios construíram uma capela dedicada ao culto de Nossa Senhora da Guia, em local onde hoje é a sede do município.
Mangaratiba só conquistou sua independência administrativa em 11 novembro de 1831, quando foi elevada a categoria de Vila com a denominação de Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba. Até essa data Mangaratiba pertencia ao Município de Itaguaí, ao qual estava subordinada desde 05 de junho de 1818, quando foi criado.
Anteriormente, Mangaratiba estava vinculado ao Município de Angra dos Reis.
Mangaratiba também beneficiou-se do surto da expansão cafeeira como porto de
escoamento da produção do Vale do Paraíba. Com o aumento da produção, foi
necessária a abertura de uma estrada mais larga e com melhores condições de circulação que ligava Mangaratiba a São João do Príncipe (depois São João Marcos).
A estrada foi inaugurada em 1857 pelo Imperador D. Pedro II, ficando conhecida posteriormente como “Estrada Imperial”.
A grande dificuldade de acesso terrestre permanente e a inauguração da Estrada
de Ferro D. Pedro II, ligando o Rio de Janeiro ao Vale do Paraíba na segunda metade do século XIX, fez com que progressivamente minguasse a atividade comercial de Mangaratiba.
A abolição da escravatura extinguiu a agricultura dos latifúndios locais resultando em quadro de total abandono.
Em 1892, o município de Mangaratiba e ilhas adjacentes foram incorporadas ao
então município de São João Marcos, mas logo readquiriu sua autonomia municipal, com a instalação dando-se no dia 17 de dezembro do mesmo ano.
Em 1910, ramal de estrada de ferro, oriunda de Santa Cruz, chega a Itaguaí e, no ano seguinte, a Coroa Grande e Itacuruçá.
A estagnação da economia e da vida em Mangaratiba persistiu até 1914 quando foi concluído o ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil, que integrou o município no sistema ferroviário do Rio de Janeiro.
A construção da Rodovia Rio-Santos, a implantação de grandes empreendimentos
como o Hotel Portobello, o Club Méd Rio das Pedras e o Porto Real Resort, ajudaram a consolidar o turismo como principal fonte de renda do município.
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