Hoje saiu no EX- Blog do EX-Prefeito Cesar Maia uma reflexão interessante sobre o papel da imprensa na fiscalização das políticas publicas quando o Governo não as fiscaliza como deveria.
Segue abaixo:
PERSONAGENS EM JORNAIS DO RIO SUBSTITUEM OUVIDORIAS!
1. A Prefeitura do Rio estruturou um amplíssimo sistema de ouvidoria, com capilaridade setorial e local. O próprio prefeito participava desse sistema com seus e-mails pessoais abertos. Alguns chamaram esse sistema de virtual, quando na verdade era um sofisticado sistema de democracia direta eletrônica, que tinha caráter fundacional no Brasil. Esse sistema deixou de existir. Dois jornais cariocas, de forma extraordinariamente rápida e competente, perceberam esse vácuo, com milhares de demandas não processadas na prefeitura e criaram dois personagens.
2. O primeiro foi o jornal Extra, que criou o personagem João Buracão, que senta nos buracos, é fotografado e destacado na capa e ali se mantém até o buraco ser tapado. O personagem ganhou vida e popularidade e agora quando o buraco é tapado, a matéria diz que quem tapou o buraco foi o João Buracão. Estima-se que numa situação de eficiência na conservação, todos os dias se tenham 3 mil buracos a tapar. Ouvidoria permanente para o personagem.
3. O Dia criou o Repórter Lampião, que é o ouvidor das lâmpadas apagadas do sistema de iluminação pública. Este vai aos locais, é fotografado e destacado pelo jornal apontando a lâmpada ou lâmpadas queimadas. No melhor padrão internacional seriam 1% das lâmpadas requerendo manutenção ou mais de 4 mil lâmpadas. Ouvidoria permanente para o personagem.
4. João Buracão primeiro e agora o Repórter Lampião, desorientaram as autoridades, que sem saber como reagir (prefeitos do Rio e de Caxias), convidaram para audiência o João Buracão, em fotos, digamos, constrangedoras. Vácuo governamental, a imprensa entra.
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