quinta-feira, 16 de abril de 2009

Rio, Economia e Futebol

O mercado empresarial adota estratégias de crescimento para diferentes cenários, alguns setores até em crise planejam crescer, vêem oportunidade onde outros vêem crise.

Existe um conceito chamado de Market Share, significa a participação de mercado de um determinado produto em seu campo de atuação. Por exemplo, temos um mercado com apenas 4 marcas de sabonete, a marca A possui 40% do mercado, logo, um Market Share de 40% e assim segue o raciocínio para as marcas B (30% por exemplo), a marca C com 20% e por fim a marca D com os outros 10%.

Muitas estratégias são elaboradas de acordo com a posição da empresa nesse mercado, se é líder a estratégia é de manutenção e fidelização, se está lá em baixo tem que ter uma estratégia mais aguerrida. Temos muitos casos de empresas que, em nosso exemplo, ocupava a faixa de mercado C ou D e suas estratégias foram atacar fortemente a líder, só e somente atacar a líder, o motivo é simples, nesse exato momento que você ATACA O LÍDER VOCÊ SE PÕEM COMO O SEGUNDO COLOCADO, mesmo que não seja, é você contra o líder, o consumidor, muito das vezes, não tem esse conhecimento sobre o mercado.

Recentemente tivemos exemplos no mercado de telefonia celular e até mesmo de refrigerante (uma empresa brasileira contra a gigante coca-cola).

Esse raciocínio também é feito por políticos que disputam cargos majoritários como Presidente, Governador e Prefeito.

Bem, feito esta introdução tudo indica que falarei de economia, ledo engano, irei falar de futebol, mas com o conceito de crescimento de mercado.

Segundo o data folha a torcida do Flamengo responde por 17% da população brasileira, isto equivale a quase 32 milhões de torcedores, no Rio de Janeiro o segundo lugar fica com o Vasco que tem 5% de torcedores, equivale a quase 9 milhões de brasileiros, por fim Botafogo e Fluminense com 2% e 1,3% respectivamente com 3,5 e 2,2 milhões cada.

Pois bem, o jornalista Mario Filho (que dá nome ao Maracanã) eternizou o Fla-Flu como o clássico das multidões, promovia o clássico "mais charmoso" do Brasil de todas as formas, diz que tinha até sorteio de geladeiras.

Nélson Rodrigues e suas crônicas também muito ajudaram.

Frases e crônicas célebres dos irmãos Nélson Rodrigues e Mário Filho, eternizaram este clássico, como as de Nélson “No dia da inauguração do paraíso, houve um FLA-FLU de portões abertos, e escorria gente pelas paredes”, “Tudo é FLA-FLU, o resto é paisagem ou “o FLA-FLU foi criado seis mil anos antes do nada”.

Muitos falam do Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco da Gama, cidadão pelo qual não tenho o menor apreço, porém ele e somente ELE conseguiu buscar a torcida de seu time e a do rival para ganhos de seu clube, sua estratégia de crescimento era simples, bater no flamengo de qualquer jeito, eternizou o fato quando falava que ganhar do flamengo era melhor que ganhar um título, com isso os vascaínos à época "fidelizaram" (foi inclusive Deputado) e os flamenguistas encheram os cofres cruzmaltinos.

As fontes de renda dos clubes são inúmeras, só para facilitar vamos ficar com público e cotas de TV, bem, fácil entender que quanto mais público no estádio mais dinheiro para o clube e que quanto mais audiência em jogos de um determinado clube maior à fatia da próxima negociação de cotas de TV, logo nesta época Eurico tinha garantido o Flamengo e Vasco lotado e 9 milhões de torcedores a favor na telinha e 33 milhões contra também na telinha.

Ele soube como ninguém explorar uma estratégia de crescimento baseada em atacar o líder e hoje Roberto Dinamite pelo Vasco e Marcos Assumpção no Botafogo estão a deriva, Horcades tentando reconquistar esse espaço de PRINCIPAL RIVAL DO LÍDER, atacando o Flamengo. O Fluminense foi quem mais perdeu espaço.

Para finalizar enfatizar que a analogia de lideres e seguidores, para o futebol nada tem haver com ser o melhor ou ter mais títulos, estamos falando pura e simplesmente de número de torcedores que serão potencias de renda para seus clubes.

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