domingo, 26 de abril de 2009

Setor Hoteleiro

Segue boa matéria do JB sobre o setor hoteleiro no Rio de Janeiro, a Copa do Mundo de 2014 será no Brasil, o Rio com certeza é o grande cartão postal da Copa, em que pese a grande paixão brasileira por futebol, em especial a Copa do Mundo, com a seleção brasileira, não podemos esquecer que a Copa sendo Nacional a infra-estrutura necessária se divide entre os estados, outra diferença para uma Olimpíada é que o número de participantes, imprensa e turistas é infinitamente menor.

Estou fazendo esta comparação porque existe um abismo colossal entre o que é necessário para abrigar uma Copa do Mundo de Futebol e o que é necessário para abrigar uma Olimpíada, o Rio é candidato a sediar a Olimpíada de 2016, como carioca minha torcida é imensa, porém temos que destacar nossas fragilidades, até mesmo para corrigirmos a tempo, três são principais, uma delas a hospedagem, daí a importância das informações da reportagem abaixo, as outras duas deficiências graves são os setores de transporte e segurança. Esses são nossos "gargalos" principais, é ai que temos que concentrar nossas forças.

Rio, apesar de todas as dificuldades, e são muitas, torço por Ti. Cidade Maravilhosa.

Hotéis já se preparam para Copa do Mundo

Natalia Pacheco, Jornal do Brasil

RIO - A rede hoteleira do Rio de Janeiro não sente os efeitos da crise financeira internacional.

Pelo contrário, empresários do setor já investem pelo menos R$ 1 bilhão na construção de 19 novos hotéis já de olho na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Para a cidade estão reservados não só a final do mundial, como os jogos de pelo menos uma das chaves da competição.

Para não dizer que a crise passou em branco no setor, o empresariado do ramo sentiu, no primeiro bimestre deste ano, mudanças no perfil do turista: os visitantes estrangeiros deram lugar aos turistas domésticos, como reflexo da combinação de crédito escasso e dólar caro – a moeda americana chegou a valer R$ 2,30, no início do mês.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) revelam que o turista estrangeiro gasta, em média, US$ 150 por dia ante R$ 100 do brasileiro. Mesmo assim, o faturamento da rede hoteleira fluminense subiu cerca de 10%.

A razão da expansão no atual momento de colapso global é a alta do dólar. A maioria das diárias dos estabelecimentos são balizadas na moeda americana, atualmente em torno de R$ 2,20. Além disso, a maioria das reservas foram feitas no início do segundo semestre do ano passado, quando a crise ainda não tinha atingido o ápice.

Turismo de negócio em queda

O Rio abriga as duas maiores empresas do país – Vale e Petrobras – que englobam uma cadeia ampla de negócios. A gama de negócios atrai executivos de todo o mundo, que aproveitam o momento para conhecer a cidade.

Com a crise, muitos acordos foram adiados, o que causou impacto direto na ocupação dos hotéis.

Ao perceberem a queda, os estabelecimentos passaram a investir no turismo de lazer, por meio de promoções e pacotes com agências e companhias aéreas. Em meio ao colapso econômico mundial, os hotéis do Rio de Janeiro tiveram 95% de ocupação no Carnaval e 70% na Semana Santa. De acordo com o presidente da ABIH, Alfredo Lopes, um resultado excelente diante do cenário econômico. Lopes prevê que a média de ocupação deste ano vai bater a de 2008 (70%).

– O resultado é muito bom, mas o Rio ainda pode mais. Temos que investir mais na promoção do estado – afirma o presidente da entidade.

Para compensar os efeitos colaterais da crise, a rede hoteleira tem recorrido, também, a casamentos e congressos. A diretora dos hotéis Arpoador Inn e Ipanema Inn, Míriam Gorin, destaca a vantagem do Rio sobre outros estados.

– O Rio atrai por dois motivos: recursos naturais, que movimenta o turismo de lazer, e a presença de várias companhias, que atraem empresários de todo o mundo. Além disso, os cariocas descobriram os hotéis, muito bem estruturados, para festas e casamentos – analisa Míriam, ao revelar que os hotéis faturaram R$ 2 milhões no primeiro bimestre.

O Sofitel foi outro que investiu para atrair mais turistas, principalmente os que vem a procura de lazer, já que o perfil do hotel é de hospedagens de negócios. O diretor de Operações do estabelecimento, Nagi Naoufal, contou que mais de R$ 24 milhões foram investidos na reforma dos apartamentos e treinamento dos profissionais.

– Um dia essa crise vai passar e além disso, ainda temos a Copa do Mundo e quem sabe as Olimpíadas em 2016 – ressaltou.

Projetos de vento em popa

Para ratificar as boas perspectivas do turismo do Rio, o presidente da ABIH- RJ, Alfredo Lopes, lembra que há 19 projetos de novos hotéis em construção. O executivo confirma que, apesar da crise, em nenhum momento chegou-se a cogitar a hipótese de adiá-los. Afinal, justifica, a Copa do Mundo do Brasil começa daqui a cinco anos.

– Cerca de R$ 1 bilhão de empresas privadas estão sendo investidos nesses hotéis, que vão ficar prontos a partir de 2011 – detalha Lopes, ao acrescentar que mais R$ 10 milhões serão investidos pelo governo do estado na divulgação da cidade em outros estados e países.
Dos 5,2 milhões de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil no ano passado, 34% vieram ao Rio em algum momento da viagem.

– Isso quer dizer que o estado ainda é a porta de entrada do país para o estrangeiro, mas esse número ainda é pequeno se compararmos com a Argentina, que recebe 7,5 milhões de turistas por ano. Ainda há muito espaço para explorarmos o turismo do Rio, que se saiu muito bem nessa crise – destacou.

Recorde de ocupação

O hotel Caesar Park registrou 100% de ocupação em dezembro de 2008 e no Carnaval deste ano, o que não acontecia havia quatro anos.

– O resultado foi magnífico. O mais interessante foi a mudança do perfil do hóspede. O nosso foco é o mercado empresarial, mas o turismo brasileiro em busca de lazer cresceu muito nesse período. No Carnaval, 50% dos hóspedes eram brasileiros – afirma Luís Carlos Fogaça, diretor de Vendas do Caesar Park, que faturou 10% mais no período graças a promoções para o turismo de lazer.

Além do turismo doméstico, a presidente da Embratur, Janine Pires, diz que as redes de hotéis se preparam para atrair sul-americanos, devido à proximidade territorial.

– Como as passagens estão caras por causa da alta do dólar, vamos apostar mais nos vizinhos que realizam uma viagem mais curta e mais em conta – diz.

O presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (Sindi-Rio), Alexandre Sampaio, ressalta que, além da alta do dólar, o surgimento de novas rotas aéreas e o barateamento das passagens também contribuíram para elevar o turismo nacional.

Mesmo com a crise, a cidade do Rio manteve a condição de mais visitada do país. Com isso, o turismo responde por 15% do Produto Interno Bruto do estado, com R$ 45 bilhões por ano, segundo a ABIH.

Para a Copa, o estado solicitou US$ 187 milhões ao BID para desenvolver 87 novos projetos.

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